Navitimer
Navitimer: o primeiro “computador de voo” de pulso
A ligação da Breitling à aviação tem um legado muito especial. A entrada da empresa no cockpit não se deveu propriamente a uma iniciativa de marketing. Na verdade, tratou-se de uma missão secreta. Esta missão começou em 1937, quando o Ministério da Guerra britânico convidou Willy Breitling a desenvolver relógios de cockpit para a Royal Air Force (RAF). Willy rapidamente estabeleceu uma divisão dedicada à sua produção, Huit Aviation, de forma a produzir instrumentos de cronometragem para a RAF e os seus Aliados — um empreendimento que exigia o transporte clandestino dos produtos da Breitling da Suíça neutra para a França e a Grã-Bretanha. (Fique atento para saber mais numa história futura.)
Após a guerra, os cronógrafos de aviação da Breitling cativaram tanto os pilotos profissionais como os amantes da aviação, especialmente em 1952, ano em que a Breitling desenvolveu o que viria a tornar-se o primeiro relógio de pulso para pilotos do mundo equipado com uma régua de cálculo circular. Destinado ao maior clube de pilotos do mundo, a Associação de Pilotos e Proprietários de Aeronaves (AOPA), tornou-se o relógio oficial dos seus membros quando se iniciou a produção, dois anos mais tarde.
Apresentado como um “computador de bordo”, o Navitimer (nome inspirado na combinação de “navigation” (“navegação”) e “timer” (“temporizador”) transformou o cronógrafo para pilotos, com a sua capacidade de calcular tudo, desde a taxa de subida até ao consumo de combustível. E o caráter apelativo do relógio estendeu-se muito além da aviação — as celebridades da época, incluindo o músico Miles Davis e os pilotos de F1, Jim Clark e Graham Hill, também se destacaram com os seus Navitimer.
Hoje, a régua de cálculo circular, que outrora ajudava os pilotos a traçar a sua rota, continua a ser um dos grandes ícones da relojoaria — e um símbolo para todos aqueles que planeiam os seus percursos pessoais ao longo da vida.